sábado, 7 de agosto de 2010

ACESSO Á FAJÃ DO CALHAU A SER REQUALIFICADO



A Fajã do Calhau possui um conjunto de atributos e valores históricos, culturais, etnográficos e ambientais e um conjunto de práticas agrícolas tradicionais e condições ecológicas de grande interesse, para além da sua localização num universo sempre mítico e atraente das Fajãs açorianas, que lhe conferem um grande potencial (agora enquadrado pelo POOC e pelo PDM) que dificilmente se alcança, quando se nasce longe destas ilhas e que movido por uma ignorância atrevida se pensa alcançar toda a sua dimensão num mero passeio maritimo cujo único objetivo é verter demagogia dita ecologicamente correcta . Na Fajã do Calhau existem mais de 100 casas, sendo quase todas utilizadas, sobretudo no apoio às actividades agrícolas mas que também servem para beber um copo de vinho, quem nunca lá trabalhou acha que é só veraneio, um previlégio que não pode estar ao alcance daquela gente.

O caminho, está na fase final da sua construção, mas já está em curso uma serie de medidas que revelam uma grande preocupação ecológica e de restauro ambiental. A sua localização na face mais meridional de São Miguel, e sendo a mais alta falésia sobre o mar, tem, por isso uma grande diversidade de condições e de habitats que fornecem um potencial muito interessante a valorizar. Sendo que anteriormente era quase todo forrado por matos de infestantes, como incenso,(onde os cagarros não nidificavam, pois não são como os pardais- não poisam nos

ramos) as obras da estrada vieram abrir uma zona livre de exóticas, que constitui uma oportunidade de restauro, valorização ecológica e de implemento da biodiversidade endémica dos Açores. Este é um projecto em que a Direcção Regional dos Recursos Florestais está a trabalhar e já começou a implementar.

Sendo 2010 o ano internacional da biodiversidade, este é sem dúvida um projecto emblemático e que demonstra a preocupação e seriedade com que a DRRF e os verdadeiros amigos dos Açores e das suas gentes encaram esta temática. Os serviços florestais foram pioneiros no estudo e produção das espécies endémicas lenhosas dos Açores, produzem actualmente cerca de 500.000 plantas por ano. Na zona envolvente ao caminho de acesso à Fajã do Calhau já foram plantadas cerca de 7380 plantas (urze, queiró, ginja do mato, uva da serra, pau-branco, folhado, louro, bracel, faia da terra,); semeou, através do processo de hidrossementeira, cerca de 25,5 hectares de taludes; instalou cerca de 80 ninhos para cagarros, que já este ano começaram a ser ocupados.( ver foto) Foi muito o trabalho até agora efectuado, e muito mais se vai ainda fazer. ( De dentro de um semi-rígido, ainda é dificil avaliar). Só no local, mas sem a miopa demagógica que afecta muitos ambientalistas.

Este projecto está ainda a decorrer e certamente demorará algum tempo a ter o seu impacto, pois a natureza, tem o seu proprio ritmo.

Enquanto isso as pessoas de Agua Retorta e não só, já estão a usufruir de um caminho digno que só dignifica os seus promotores e executores, e será sem dúvida, um motivo para que aqueles que respeitam a natureza os Açores e a sua gente visitem, com agrado, a Fajã do Calhau.

Associação dos Amigos da Fajã do Calhau



quinta-feira, 29 de julho de 2010

2 Rochas

Rocha ao lado da Freguesia do Faial da Terra           Rocha do novo acesso à Fajã pela Freguesia de Água Retorta


A primeira foto representa uma rocha criada por erosão natural. Erosão esta que está rápidamente a acelarar e a causar um enorme impacto destruitivo e perigoso para os que ao lado dela caminham.




A segunda foto, (tirada pelos Amigos do Açores), mostra a rocha em que está a ser criado o novo caminho de acesso à Fajã do Calhau. Caminho este que vem a ser tópico de conversa de muitos ambientalistas e opositores. É verdade que quem olha para esta rocha modificada pelo homem fica com uma ideia bastante negativa do que lá se está a passar, mas deviam de investigar mais de perto, utilizando fontes credíveis antes de commentarem e ficarem por ignorantes.

Pois assim podiam reparar nas variedades de flora endémica já a florescer nesta rocha. Podiam também avistar os vários ninhos artificias de cagarros, com cagarros lá dentro! Para quem conhece bem o local desde pequena, e sendo formada num curso na área ambiental, eu posso dizer que esta rocha já está a ter, e cada vez mais, espécies e vida endémica. A maioria dos cagarros sempre nidificaram na rocha da primeira foto e estes sim foram prejudicados com o antigo caminho de acesso por lá, algo que não está a acontecer no novo acesso.